O discurso: epopéia de minha vida
sábado, abril 02, 2005
métodos contraceptivos

Dia trinta de março, em torno de meia noite, eu estava deitado e a televisão estava ligada. Passava jornal da globo mas eu não estava assistindo, até que algo realmente me chamou atenção “polêmica em cidade do interior; a igreja católica está fazendo campanha contra o método contraceptivo, alegando que um óvulo fecundado já é considerado uma vida”.
Algumas igrejas católicas estão incluindo no sermão a problemática das pílulas e estão entregando panfletos sobre o assunto, com o apoio dos nossos polêmicos vereadores que por sua vez votaram contra a liberação das pílulas. Já conhecemos bem a índole dos vereadores, é irrelevante comentar o que já é de conhecimento da maioria.
Quanto à igreja, que tolera a ciência com certa repulsa e vive a criticar os rumos sociais, vem, desde sempre, se intrometendo de forma nefasta na política social. Essa atitude é típica e característica do império católico, até pode-se dizer que a política da sociedade e a política católica são dois ramos que caminham lado a lado. Basta analisarmos superficialmente a nossa história de colonização, quando a igreja ergueu seu império junto aos portugueses, ajudando-os, inclusive no papel mais sujo de adentrar uma terra já habitada, o crime de genocídio. Alegavam que os índios não tinham modos, cultura e assim como os animais, não tinham espírito. Essa premissa insensata e preconceituosa foi a razão dada para uma evangelização sangrenta do nosso índio brasileiro.
Hoje pode se dizer que a voz imperialista católica não mudou muito, com a maioria da nação sendo católica, a igreja usa sua psicologia religiosa deliberadamente, e o povo (mesmo inconscientemente) sofre esse acondicionamento, acreditando que a voz da igreja é a voz da verdade, isto faz até parecer que a boa índole e a moral provêm apenas da igreja, conceito completamente errôneo.
A igreja de São José está agindo na política governamental através dos sábios vereadores, que deveriam ter como meta o bem estar social da cidade, deixando de lado qualquer tipo de crença. A maioria dos cidadãos vive em situação de baixa renda, com poder aquisitivo mínimo e como conseqüência essa parte da sociedade joseense tem menos informação e ajuda social.
Em casos de estrupo, problemas com camisinha e violência sexual, é direito da mulher tomar a pílula do dia seguinte, ou podem sofrer conseqüências que vão carregar para vida toda. A parte carente da cidade vai empobrecer cada vez mais, em alguns anos teremos mais jovens nas ruas sem perspectivas de vida e com isto o aumento de vários fatores negativos. A proibição das pílulas a pessoas carentes é um ato criminoso de exclusão social. Se os católicos são contra o uso de métodos contraceptivos, então que eles não utilizem os métodos, mas não prejudiquem as pessoas com essa crendice que já fez nosso povo sofrer tanto.
Rafael, 12:15 AM
2 Comments:
Anônimo, at 3:37 PM
Rafael, o que eu posso lhe dizer é que é a mais pura verdade que o ovulo depois de fecundado já é sim uma vida humana, afinal você pensa que nasceu como? Aceitar ou não essa verdade aí já é outra coisa.
Depois, uma mulher, ou qualquer pessoa na nossa sociedade, assim como não tem o direito de matar ninguém também não tem direito de cometer um aborto, sim porque eu entendo que essas pílulas promovem essa ação.Ok! Fique com Deus.
Depois, uma mulher, ou qualquer pessoa na nossa sociedade, assim como não tem o direito de matar ninguém também não tem direito de cometer um aborto, sim porque eu entendo que essas pílulas promovem essa ação.Ok! Fique com Deus.
, at 5:18 PM
[só pra que saiba, a história que leu em meu blog é de minha autoria]